Narcisistas perversos usam de agressividade - velada ou não - com a finalidade de persuadirem seus parceiros a silenciarem suas autodefesas, vencendo-os pelo cansaço até que por fim consigam destruir sua autoestima, gerando dependência emocional.
Para chegarem nesse ponto, os farão acreditar nas mais descabidas mentiras, incluindo dúvidas sobre si mesmos e sobre suas capacidade inatas de terem discernimento.
Por meio da lavagem cerebral, os parceiros começam a pensar e ter opiniões sobre si mesmos que não teriam se estivessem em condições de liberdade, mas não sabem disso. As técnicas utilizadas para a lavagem cerebral costumam ser a desumanização, a privação do sono, o assédio moral, a inserção de sentimentos de culpa, a inversão sequencial de verdades e o gaslightening.
Os comportamentos abusivos sobre as vítimas serão tão incidentes que chegará um ponto em que seus cérebros estarão como uma página em branco. Dominadas e submissas, mesmo quando sabem que sofreram abusos, muitas das vítimas passam a acreditar que não serão capazes de seguir com a própria vida sem estarem atadas aos seus algozes. Muitas delas, ainda que visivelmente dilaceradas, no período da necessária ruptura, por vezes defenderão os seus manipuladores. Parece historia de ficção, mas infelizmente não é.
????Quanto mais despertos, melhor!
Silvia Malamud
Frase de finalização terapêutica de uma paciente que passou por um relacionamento abusivo:
"Aprendi a fazer escolhas livres, sou dona da minha vida, sou dona do meu destino e vai ter meu amor e a minha dedicação quem merecer. Não me sinto marionete das circunstâncias. Tenho bom senso e respeito pelas pessoas. Sem culpa, sem medo e sem insegurança, estou aberta para o novo."
????Quanto mais despertos, melhor!
Silvia Malamud
Um exemplo clássico conta a história do duplo vínculo quando uma mãe vai visitar o filho internado num hospital psiquiátrico e, estando à sua frente, pergunta:
- Não vai dar um abraço em sua mãe?
Polidamente, o rapaz coloca os braços ao redor da mãe. No entanto, ao tentar beijá-la, esta se coloca visivelmente rígida, claramente incomodada pelo contato físico. Respondendo à sua mensagem não-verbal, o rapaz se afasta, confuso, e ela lhe pergunta:
- O que está acontecendo? Não gosta da sua mãe?
Ainda mais incomodado do que antes, o rapaz fica tenso, afastando o olhar, e a mãe alfineta:
- Você tem que aprender a controlar suas emoções!
A interação de ambos continuou dessa maneira, com a ansiedade do rapaz aumentando por alguns momentos, até que explodiu em um episódio violento que necessitou que ele fosse fisicamente contido.
No duplo vínculo, a primeira mensagem é: "se você não me abraça é porque não me ama e, por conseguinte, não terá minha aprovação". No entanto, a segunda mensagem é: “Se você me abraça, faz eu me sentir incomodada e me afastarei e, por conseguinte, não terá minha aprovação."
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Silvia Malamud
A terapia de reprocessamento cerebral desenterra, reprocessa e atualiza os tempos do passado com o presente, permitindo transcender em todas limitações emocionais.
No nosso passado residem memórias, experiências e histórias que ajudam a compor as nossas identidades. Nada deveria ser esquecido, negado ou escondido. São experiências que trazem toda sorte de sensações e que afetam o nosso presente e o nosso futuro. O que vivemos e inventamos é sempre baseado em algo interior e anterior.
Quanto mais despertos, mais podemos ter consciência de situações mal resolvidas e autonomia para escolher o que almejamos para nós. Também podemos acessar recursos históricos com a possibilidade de iluminar o nosso melhor, honrando e agradecendo o que herdamos, incorporando o que nos agrega e deixando ir aquilo que não faz sentido.
????Quanto mais despertos, melhor!
Silvia Malamud
Não perca tempo tentando se explicar para quem está comprometido em te interpretar mal.
Em relacionamentos onde o abuso emocional impera, o parceiro pode até não agredir fisicamente, mas acua e invalida a vítima culpando-a de tudo o que na cabeça dele dá errado ou não funciona.
Se a vítima não for esperta o suficiente, o todo tempo ficará apagando incêndios, tentando ser perfeita, só que isso nunca terá um final feliz.
Quanto mais tentar agradar e não deixar nenhum fio solto, mais o abusador crescerá em suas cobranças porque entenderá que ela está enlaçada e sequestrada dentro desse esquema - uma forma drástica de abuso que cresce de modo obscuro e que tem a capacidade de fragmentar toda a memória e discernimento dessas vítimas. O que no início eram sensações de confusão mental e medo, no segundo tempo perde o significado na medida em que as vítimas vão se tornando automatas, ocas e sem vida.
????Quanto mais despertos, melhor!
Silvia Malamud
Quanto mais as vítimas se apropriarem dos seus lugares de valor e de dignidade dentro de si mesmas e no mundo, menos espaço haverá para relacionamentos tóxicos.
Todos aqueles que despertam de relacionamentos abusivos tornam-se denúncias ambulantes. Onde antes as injustiças eram praticadas, agora não há mais espaço para que aconteçam. A simples presença da incorruptibilidade da alma torna-se uma espécie de denúncia que o antigo sistema abusivo não mais dá conta de suportar. Quanto mais as vítimas se apropriarem dos seus lugares de valor e de dignidade dentro de si mesmas e no mundo, menos espaço para relacionamentos tóxicos haverá.
????Quanto mais despertos, melhor!
Silvia Malamud
Muitas vezes, filhos de pais narcisistas, ao invés de conversarem entre si, apenas se comunicam por intermédio dos genitores, o que confere o poder que esses pais perversos tanto perseguem. Tudo passa pelo seu crivo perceptivo.
Nas brigas em família é onde a situação costuma ficar mais em evidência. Via de regra, sempre um dos filhos é o bom e o outro o mau, sendo que os pais são a única fonte de informação entre todos, o que os fazem se sentirem mais importantes, interpretando o que ouvem por meio de seus próprios critérios - um truque que deixa os filhos em desequilíbrio, ainda mais frágeis e dependentes, e um êxtase máximo para este tipo de personalidade.
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Silvia Malamud
O primeiro passo para chegar a algum lugar é decidir que não está mais disposto a continuar onde está.
O que emanamos para o universo, na mesma medida volta para nós. Os cenários podem mudar, porém o conteúdo emocional será o mesmo. Quando algo não está bom podemos fazer diferente mudando a nossa percepção. Tudo depende das nossas atitudes, do nosso movimento interior e de novos pensamentos adquiridos.
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Silvia Malamud
Há milhões de pessoas no mundo neste exato momento, mulheres e homens, vivendo dinâmicas abusivas dentro de suas relações íntimas, familiares, de trabalho ou amizade. Pessoas submetidas a abusos, violências silenciosas, insidiosas, tão veladas que sequer compreendem que estão sendo violadas.
Para por um fim a esses ciclos abusivos, é necessário entender quem você é, mas também quem você tem diante de si. Não, o problema não está em você ou SOMENTE em você!
Existem abusadores perversos, vampiros psico-afetivos ou, como costumo chamar, seqüestradores de almas e eles estão mais perto de você do que imagina - naquela amiga sugadora, no parceiro manipulador e frio, na mãe que lhe impede de ter uma identidade, no colega de trabalho que assedia… Aprenda a identificá-los e preserve-se!
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Silvia Malamud
Lealdade familiar em filhos de narcisistas perversos:
Logo no início da vida, se não ocorre a conexão afetiva entre mãe e filho, o sentimento que fica é de medo real acerca da sobrevivência. É quando NÃO acontece a legitimidade do amor em nossa chegada ao mundo e a informação afetiva que deveria dizer algo como "Que bom que você chegou! Estamos felizes de você estar entre nós!".
Como possíveis consequências, esses filhos são tomados por uma série de inseguranças, pela sensação de não serem importantes e pelo medo de serem abandonados.
Mas quem são essas mães que não se vinculam? São pessoas funcionais aos olhos da maioria, mas que se encontram desconectadas de si mesmas e, como consequência, desconectadas de qualquer um que seja.
É importante saber que essa desconexão é a reverberação de um tema de profunda dor emocional delas mesmas. Na patologia da desconexão afetiva, a percepção do "eu" fica impossível de se viabilizar por conta de não ter havido ninguém que pudesse oferecer um olhar com tais significados.
A mãe, que também é vítima, apenas consegue criar uma imagem externa e idealizada de si mesma, e acaba por desenvolver mecanismos perversos e inconscientes para com os filhos, fazendo de tudo para que fiquem conectados a ela pela angústia da falta e pelo medo do abandono.
No fundo, tais filhos são os aspectos mais carentes dessa própria mãe e passam a viver esse tema por ela, numa espécie de pacto silencioso e lealdade familiar - um processo subterrâneo que, enquanto não for revelado e devidamente tratado, manterá todos imersos num sofrimento velado.
É importante saber que este é um adoecimento dissociativo do psiquismo, portanto, totalmente inconsciente e, por mais devastador que possa ser, todos são vítimas. Enquanto não despertarem, tais filhos ficarão atados nessas conexões perversas.
????Quanto mais despertos, melhor!
Silvia Malamud