Você acredita em amor ideal?
Todos nós interpretamos o amor ideal como se alguém no mundo tivesse nascido exclusivamente para nós. A ideia inventada é de que é impossível ser feliz sozinho e que sem uma parceria afetiva a vida estaria fadada ao fracasso.
Muitos de nós, para não dizer a maioria, acredita cegamente nas variáveis dessa crença romântica. Somos tão e há tanto tempo bombardeados por este conceito que e é quase impossível encontrar alguém descontaminando deste padrão.
Por outro lado, hoje mais do que nunca, começam a existir pessoas imunes, que despertaram dessa trama aprisionante. As evidências da vida nos mostram ininterruptamente de que a nossa felicidade nunca poderá estar nãos mãos de ninguém. O amor ideal, portanto, é uma invenção e uma convenção social que pode ser questionada e reinventada de acordo com a individualidade de cada um.
Numa pesquisa histórica, podemos observar que a forma e o amor que temos hoje é bastante distinto de tudo o que já existiu, com diversas variações sobre o que pode significar laços afetivos. Amar não é e nem precisa ser igual para todos. Vemos direto pelas mídias que ter um relacionamento afetivo não é exemplo de felicidade.
A lição mais contundente de todo este cenário é que as nossas questões emocionais e existenciais não se resolvem com o uso de "muletas" externas e que a viagem da transformação interior sempre começa dentro e não fora. Ninguém tem o poder de preencher o outro em sua identidade e destino.
????Quanto mais despertos, melhor!
Silvia Malamud
Homens também podem ser vítimas de abuso emocional.
Não são poucas as vezes que recebo em meu consultório homens emocionalmente fragilizados, vítimas de abuso emocional. Homens que passam por este tipo de sofrimento não são mais fracos do que a maioria e não seria justo qualquer tipo de descrença a respeito de suas histórias. A temática do abuso, infelizmente, independe do sexo e do gênero.
Via de regra, tais pacientes chegam deprimidos, confusos e culpados, pedindo ajuda para entenderem e conseguirem lidar melhor com as dinâmicas das relações afetivas nas quais estão envolvidos.
Aqueles que permanecem nas relações, revelam que vivem sob ameaças constantes e em meio a críticas bastante ostensivas. Contam que nada do que fazem ou falam parece adequado, que recebem comentários de desdém somados à ironias sem fim. Vivem restringidos na liberdade que poderiam ter de conviver com as suas famílias de origem ou com amigos que, inclusive, poderiam até ser em comum ao casal.
Já não sabem o que fazer para agradar, uma vez que praticamente tudo o que têm feito em nome de apaziguarem os ânimos acaba revertendo numa insatisfação crônica repleta de críticas destrutivas. Sofrem de uma obsessão por parte dos seus pares, para saberem onde estão, com horários monitorados sob ameaças de explosões de ira. Exaustos e sem saída emocional saudável, optam por passarem por cima dos seus próprios sentimentos e de tudo o que poderia ser viável.
Mesmo quando despertam reconhecendo que estão passando por relacionamentos tóxicos, ainda assim existe bastante dificuldade até se verem livres por completo de tais dramas.
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Silvia Malamud
Em um relacionamento, se houver algum desconforto, saiba se ouvir e busque a raiz do que te incomoda. Jamais ceda a um mal-estar difuso, intermitente e sequencial.
Fica o alerta tanto para homens quanto para mulheres, que podem igualmente passar por esse tipo de situação:
Saber com quem se está lidando pode valer a qualidade da sua vida e, em alguns casos, a vida em si. Ter um olhar esclarecido sobre o que está ocorrendo se estiver com alguma dúvida pode ser o divisor de águas mais importante da sua sagrada jornada. Em um relacionamento, independente do tempo que se estiver nele, se houver algum desconforto, saiba se ouvir e busque saber a raiz do que te incomoda. Jamais ceda a um mal-estar difuso, intermitente e sequencial. Esteja alerta porque, com o tempo, a tendência é de se acostumar com as rachaduras na parede, achando que uma baixa qualidade de vida é normal.
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Silvia Malamud
Um narcisista perverso não suporta o brilho alheio. Qualquer pessoa que ameace a sua frágil percepção de si mesmo deve ser apagada.
Como o vazio interior de um narcisista perverso é grande, a luz de qualquer pessoa que ameace a sua frágil percepção de si mesmo deve ser apagada imediatamente. Isso não fica efetivamente em evidência porque ele sabe das leis de boa conduta e precisa, por sua característica narcísica e perversa, parecer “bem na fita”.
Uma de suas principais armas é a promessa de um relacionamento de fusão, ou seja, de compatibilidade absoluta, seja em qual área for. Para tanto, o grau de sedução vai às alturas. Nessa fase, as promessas fazem o colorido das conversas e com isso ele vai descobrindo o que falta na vítima, onde dói e o que precisa ser suprido.
Após a entrega afetiva da vítima, quando se cai na ilusão de que as carências podem ser sanadas, seu lado narcisista perverso aparece. De uma hora para outra, a vítima passará a ser criticada, nunca estará suficientemente boa no que faz e nem em como é. Juntamente com as críticas, uma ameaça sinistra de abandono fica pairando no ar.
As vítimas, uma vez fisgadas, esquecem-se de que até pouquíssimo tempo estavam autossuficientes em suas vidas e com o seu brilho próprio.
A solução para resolver esse impasse está na consciência do lugar onde se está e em um auxílio terapêutico que ajude a sair dessa trama de modo fortalecido e a curar feridas emocionais escondidas.
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Silvia Malamud
A manipulação é uma das mais potentes armas de abuso emocional, de poder sobre o outro e de demonstração de tudo o que não é amor. Em suas ações, abusadores perversos habilmente agem em meio à abordagens coercitivas que visam a inserção de sentimentos de culpas, ameaças de retaliação, exclusão, separação, corte afetivo e exílio de tudo que pode fazer parte do ambiente relacional da pessoa-alvo. Não à toa, vítimas de tais abusadores costumam passar por estados depressivos, desvitalização e dúvidas sobre si mesmos.
Se acaso você se der conta que está num relacionamento desta ordem, proteja seus limites de benevolência cega. Se tiver dificuldades para sair deste tipo de situação sozinho, não deixe de buscar ajuda. Sua vida vale muito mais do que tentar sobreviver a esse caos emocional sem conseguir uma saída saudável.
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Silvia Malamud
COMO FUNCIONAM AS FAMÍLIAS DE NARCISISTAS PERVERSOS:
A família tem como prática agir dentro de um padrão onde é frequente um falar mal do outro e onde as pessoas dificilmente se enfrentam de modo direto. Os familiares tomam partido e fazem alianças a partir de quem é o bacana do momento em detrimento de um outro que foi grosseiro, egoísta, ou o que quer que seja.
Na trama, por conta da insuportável carência afetiva, a lei compactuada para que no final se possa receber alguma brisa afetiva, é a aliança entre os “fortes” mediante a desqualificação abusiva do outro. O ensinamento é que para ser visto e, portanto, existir, é preciso se comportar desta forma. O clima entre todos é sempre de tensão e de desconfiança. Reina uma espécie de doutrinação envolvendo comportamentos velados.
As vítimas deste sistema abusivo ora são passivas demais por não entenderem ao certo o que se passa e por se sentirem indevidamente culpadas, ora são agressivas demais quando passam por algum rompante de lucidez. Nessas ocasiões, é comum acontecerem explosões de raiva e fúrias avassaladoras. Enquanto não despertarem, ficarão atadas nessas conexões e dinâmicas perversas.
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Silvia Malamud
Tenha em mente que tanto homens como mulheres perversas, ao serem desmascarados, mais do que nunca jogarão pesado.
Se você despertou, tem consciência de que está passando por um relacionamento abusivo e escolheu cair fora desse ciclo tóxico, jamais cogite ter uma conversa amigável com ele imaginando que isso poderia facilitar o seu caminho.
Por isso mesmo, atenção redobrada ao decidir se separar. Incansavelmente ele tentará ludibriar as pessoas ao seu redor, com as suas encantadoras conversas, dando detalhes sobre o quanto você é mal agradecida ou emocionalmente desequilibrada. São nessas horas que esses mestres da teatralização, de modo articulado, "deitam e rolam" em cima dos desavisados, podendo mentir, acusar e distorcer os fatos a fim de obterem um olhar de benevolência em relação a eles próprios e contra você.
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Silvia Malamud
Se o abusador já a capturou emocionalmente, mas ainda assim existem sussurros em seus ouvidos de que algo não está contento e se você for o alvo certeiro de tal sequestrador de alma, esteja certa de que ele irá às alturas para te dominar por completo. Fique esperta porque se todas as demais armas manipulativas de sedução e de conquista falharem, ter um filho com você poderá representar a solução para que o cárcere finalmente se instale.
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Silvia Malamud
Num relacionamento tóxico, a sensação é de que você perde forças físicas, energia e discernimento para ter prazer na vida e em suas conquistas pessoais, passando a funcionar como um verdadeiro autômato deprimido e assustado. Em relacionamentos normais a sensação que fica é exatamente oposta à esta. A energia é abundante e a constante é um clima de paz.
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Silvia Malamud
Observe o que é lesivo à alma, o que não é bom e aprenda a tomar atitudes concretas para se proteger. Se acaso perceber-se ultrapassando limites físicos e emocionais de suportabilidade, cuide dos seus excessos de benevolência, colocando freio imediato. Proteja-se não gastando a sua sagrada energia ao fazer de tudo para agradar, na tentativa que os mais próximos permaneçam emocionalmente estáveis e atente que, se acaso abruptamente mudarem de humor, o real motivo pode muito bem ser apenas uma questão pessoal deles e não sua.
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Silvia Malamud