A família tem como prática agir dentro de um padrão onde é frequente um falar mal do outro e onde as pessoas dificilmente se enfrentam de modo direto. Tomam partido fazendo alianças sobre quem é o bacana do momento em detrimento de um outro que foi grosseiro, egoísta, ou o que quer que seja.
Na trama, por conta da insuportável carência afetiva, a lei compactuada é a da aliança entre os “fortes” mediante a desqualificação abusiva do outro. O ensinamento é que, para ser visto e, portanto, para existir, deve se comportar desta forma.
O clima entre todos é sempre de tensão e de desconfiança. Reina uma espécie de doutrinação envolvendo comportamentos velados.
As vítimas deste sistema abusivo ora são passivas demais por não entenderem ao certo o que se passa e por se sentirem indevidamente culpadas, ora são agressivas demais quando passam por algum rompante alucinado de lucidez. Nessas ocasiões é comum acontecerem explosões de raivas e de fúria. Um sistema infeliz, onde ninguém sai ganhando.
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Silvia Malamud⠀
As vítimas sentem que precisam ser validadas em seu amor e, por conta dessa carência, ficam aprisionadas na tentativa de acertar as cada vez mais difíceis e infundadas cobranças. Sequer suspeitam que os seqüestradores jamais se satisfarão. No seu adoecimento, eles têm a incrível capacidade de projetar em suas vítimas o medo de serem rejeitadas e habilmente as fazem acreditar de que, sem eles e o seu pseudo-amor, elas não sobreviverão. Quando a trama é desfeita, o medo da rejeição tende a voltar para os seqüestradores que, como conseqüência, podem passar por momentos depressivos - se acaso conseguirem entrar em contato com os seus próprios temas - mas também podem nem chegar a entrar em contato e, de imediato, saírem em busca de outras presas. Também podem inferir uma espécie de ódio mortal naquela que desistiu dele e que, portanto, rejeitou-o.
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Como verdadeiros vampiros de energia, esse perfil comportamental alimenta-se das emoções desconfortantes de suas vítimas, desestabilizando-as sutilmente, criando climas e intrigas nos ambientes familiares, entre amigos e afins, sempre alavancando emoções como medo, rejeição, mágoas, ansiedade, raiva e tristeza. Se acaso perceber que a sua identidade está perdendo referências dentro de uma relação afetiva, cuidado. Se existe algum ruído emocional, é porque algo não vai bem.
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Um dos perigos que prende e confunde as vítimas em relacionamentos abusivos é o fato de parecer que são duas pessoas em uma. Quando é bom, é bom demais. Quando é ruim, é ruim demais e a ameaça sempre paira no ar. Os abusadores tratam seus parceiros mal, traem e fazem tudo parecer banal.
Quem precisa disso nessa vida? Abuso emocional? Não!
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Quem convive com um narcisista recebe toda sorte de pressão emocional. O narcisista suga a atenção e a energia de quem estiver por perto, afim de continuar sendo tratado como acha que merece, exigindo elogios e admiração, irritando-se e castigando todos enquanto não estiver sendo o centro das atenções. Sempre que uma relação com um narcisista se mantém, é porque ele está de alguma forma sendo beneficiado.
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Muitas realidades inimagináveis coexistem e interferem em nosso agora sem que tenhamos consciência. Do mesmo modo, muitos são reféns de abusos emocionais e não percebem. Fazem de tudo para agradar seus parceiros, quando eles perversamente confundem suas vítimas ora chamando-as de “meu amor”, ora inesperadamente quebrando situações de pseudo paz e culpando-as em suas mais infundadas argumentações, transformando tudo em tensão, estresse e acuamento emocional. As vítimas que querem agradar o tempo todo vivem pisando em ovos, arduamente desejando acertar, imaginando que tudo poderá se acalmar, só que isso nunca tem fim quando é traço de caráter, estrutura adoecida de personalidade. Aqui ganhar o jogo é sair do jogo.
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Seqüestradores de alma, incessantemente, repetem e projetam no outro os seus maiores receios. No seu adoecimento, eles têm a incrível capacidade de projetar em suas vítimas o medo de serem rejeitadas e habilmente as fazem acreditar de que sem eles, sem o seu pseudo-amor, elas não sobreviverão.
Quando a trama é desfeita, o medo da rejeição tende a voltar para eles. Como consequência, podem passar por momentos depressivos se acaso conseguirem entrar em contato com os seus próprios temas, mas também podem nem chegar a entrar em contato e, de imediato, saírem em busca de outras presas. Também podem inferir uma espécie de ódio mortal naquela que desistiu dele e que, portanto, rejeitou-o.
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Sequestradores de almas costumam ter um arsenal de estratégias que visam manter o outro imantado e subjugado às suas próprias leis. A relação vai se tornando cada vez mais punitiva e perversa quando o sequestrador alucina que não é suficientemente bem atendido.
Castiga a vítima, isolando-a de seu afeto, dando um gelo, ameaçando que vai embora da relação, não atendendo telefonemas, por exemplo, tudo isso em meio a crises de mágoa e ainda culpando-a por não ter dado suficiente atenção a ele.
Com a mente confusa, a ponto de duvidarem da própria percepção, minada com o tempo de convívio, as vítimas têm a impressão de que jamais conseguirão sair desta teia e, por mais que desejem se ver livres deste sofrimento, enquanto não se trabalharem internamente, sempre serão vítimas das mais infundadas e perversas manipulações.
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Com o passar do tempo e por conta de tanta manipulação, chantagem e invasão no psiquismo, a capacidade cognitiva das vítimas envolvidas em relacionamentos abusivos fica prejudicada, sendo que a maioria sequer tem noção do tamanho do estrago que ocorre em suas vidas.
A boa notícia, porém, é que graças a neuroplasticidade que pode ser ativada por terapias de reprocessamento cerebral como EMDR e Brainspotting, existe a possibilidade de resgate.
Mediante essas psicoterapias, um processo de recuperação que poderia ser longo costuma ocorrer na máxima velocidade e tem auxiliado sobremaneira na reinvenção de inúmeras pessoas traumatizadas por toda sorte de abusos.
O maior aprendizado dessas vítimas é saber que onde existe o amor não pode haver cobranças, acuamento, ameaças ou inserção de culpas e que sua vida é e sempre será o seu bem maior.
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O abusador emocional tem a maestria de fazer o famoso "gaslighting", que é quando a vítima fala algo ou ele fala algo e depois ele desqualifica como se não tivesse falado ou como se a vítima não tivesse entendido direito. Muitas vezes, ele fala tanto que acaba conseguindo confundir a vítima.
A sorte é que isso não dura para sempre e a tendência é as pessoas, cedo ou tarde, despertem.
Tenho observado, porém, que este tipo de relação precisa de reparos emocionais importantes. Para evitar que se repita e para fortalecer as vítimas definitivamente, fica a dica de se fazer uma boa terapia. Este tipo de experiência sofrida requer auxílio. Dificilmente a pessoa quando está dentro ou mesmo quando sai de um relacionamento desta ordem sai inteira.
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