Não se iluda: empatia, compaixão e sintonia são palavras que não constam no dicionário afetivo de narcisistas perversos. Para narcisistas perversos, o contato olho no olho, o "eu te percebo, você me percebe" dificilmente acontece ou mesmo inexiste por completo. Não há ligação emocional e as relações crescem num clima condicional, sob um pano de fundo de crítica, onde os parceiros ou familiares frequentemente sentem que nunca serão suficientemente bons perante o julgamento do que seria ideal para contentar o outro. Permanecem, portanto, subjugados e como reféns, com as vidas paralisadas à espera de algum gesto que ofereça um mínimo de significado de aprovação, uma migalha de afeto.
Se almeja ser feliz em meio a uma relação tóxica desta ordem, saia dessa frequência, mude o seu filme interno e nunca espere nada além do que você já sabe que eles são, pois estes jamais irão mudar esse tipo abusivo de comportamento. Busque ajuda para se desvencilhar, resgate a sua autoestima e autonomia pessoal.
????Quanto mais despertos, melhor!
Silvia Malamud
Ter noção do que é lesivo para a alma e rumar para o verdadeiramente bom e prazeroso é um dos pressupostos mais importantes de auto-resgate nos relacionamentos abusivos.
Merecemos existir em padrões de excelência e para tanto devemos saber quais são eles, como funcionam e como podemos efetivamente nos beneficiar vivendo com e por eles. Aprender a viver em nada mais, nada menos do que no melhor pode não ser tarefa fácil de início para quem não está acostumado e nem sabe ainda que a vida pode ter outros coloridos, bem mais vividos, mas existe muita vida boa sem abuso emocional. Você pode sair deste ciclo tóxico.
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Silvia Malamud⠀
Etapas da consciência quando se está em um relacionamento abusivo:
1) Inconsciência: "Não sei que estou em um relacionamento abusivo".
2) Semi-consciência: "Sei que há algo errado, quero entender o que é".
3) Consciência: "Sei o que está acontecendo comigo e quero saber mais para conseguir me libertar".
4) Super-consciência: "Aprendi a me resgatar, tenho sabedoria e força para lidar com esse tipo de situação e sigo o meu caminho. Estou preparado(a) para outros mapas existenciais".
Em qual etapa você se encontra?
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Silvia Malamud⠀
Quando nos permitimos acolher as emoções difíceis, contamos para nós mesmos que somos capazes de promover a nossa cural emocional.
Como parte dos nossos caminhos evolutivos, ao se atingir uma massa crítica em determinadas situações, as mudanças de ciclo se fazem necessárias, sendo que muitas vezes acabam acontecendo de modo implacável. É a lei. O apego ao conhecido pode funcionar como um grande impedidor para que os novos ciclos e as novas oportunidades surjam de modo satisfatório. Lembre-se: jamais dará certo uma vida que não caminha a favor de si.
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Silvia Malamud⠀
Encarar seus vilões emocionais é a chance de reprocessar os obstáculos que te impedem de alcançar o seu mais sagrado objetivo de alma. Descole-se das telas de auto-sequestro. Existe muita vida boa quando estamos em outros mapas existenciais!
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Silvia Malamud
Jamais permaneça num relacionamento onde gritos, humilhações, falas desconexas e gestos de infidelidade em todas as áreas ocorram. Enquanto você espera que o outro mude, mais ele avança no seu território e você vai perdendo a sua alma. Ninguém pode passar por cima das suas percepções, lendo e controlando os seus sentimentos e ações. Você é a única pessoa que decide o que sente em relação ao que for. Se sentir que é bom, siga em frente. Se sentir que é ruim, pare, desvie, mude de caminho e frequência e esteja entre aqueles que te fazem se sentir bem. Cada vez que você remove emocionalmente alguém tóxico de sua vida, a sua ansiedade e o seu medo de ser rejeitado diminuem ao mesmo tempo em que a sua segurança e autoestima aumentam. Lembre-se: sua vida é o seu bem maior.
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Silvia Malamud
Vítimas de abusadores emocionais permanecem em cárcere pela promessa de afeto, pelo sentimento de pertencimento e pelo desejo de ser alguém para o outro - um estado de agonia constante em nome de se sentirem minimamente importantes e de serem reconhecidas, sem pesar a dor, o desamparo e a solidão atrelados.
Se acaso você se der conta que pode estar passando por situações dessa ordem, proteja seus limites de benevolência cega e busque um tratamento psicoterapêutico de excelência a fim de fortalecer a personalidade e identificar os pontos emocionais obscuros.
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Silvia Malamud
[Contém spoiler]
A série Maid (Netflix) conta sobre um dos piores e mais devastadores tipos de abusos, atualmente consagrado tanto pela psicologia como pela psiquiatria como uma violência silenciosa e de difícil detecção.
A protagonista Alex vem de um lar disfuncional, com uma mãe bipolar não diagnosticada e, portanto, não tratada, distante e autocentrada. Ao longo da série, mesmo quando bem intencionada, essa mãe não consegue se conectar com a filha. Em seus surtos de mania, imagina-se como uma grande artista, sem noção da realidade e em negação de seus relacionamentos abusivos. Também podemos observar em sua personalidade um tom histriônico.
Alex, por sua vez, não tem ideia de que tem uma família disfuncional e abusiva. Desenvolve um excesso de zelo, cuidados e empatia com essa mãe, aprendendo a não se posicionar, a não ter desejos próprios e vivendo em função de ser mãe da própria mãe em busca de um pouco de paz e segurança. Ser conivente era a única saída para terem um mínimo de conexão. Os abusos que sofreu na infância se tornaram um modelo de referência de como ser, a ponto de Alex repetir cenários abusivos em seu próprio relacionamento afetivo.
Quando pensamos em transgeracionalidade de traumas e recursos, percebemos a história se repetindo. Alex também foge do lugar de abuso com sua criança, tal como sua mãe, porém busca ajuda, terapia e faz de tudo para ficar lúcida e alcançar seu propósito. Até despertar de fato, Alex só sabia viver e se submeter ao sistema agressivo de onde veio. Sua identidade estava baseada nisso e sentia a possibilidade de ser acolhida por seu abusador, acreditando que ele seria bom.
Abusadores perversos geralmente se sentem bem cuidando de quem está doente. Não à toa, Sean ajudou Alex a resgatar a mãe de um grave surto de mania, quando esta, impotente, nada conseguia fazer. A personagem se encanta com o ex depois de tanto acolhimento, acreditando que tudo poderia dar certo, sem perceber que sucumbia mais uma vez ao mesmo drama.
Algumas pessoas acusam Alex de ser mimada e não ter aceitado a ajuda de Nate, mas ela não conseguiria - estava com traumas severos e muitos gatilhos emocionais. Não sabia receber coisas boas, estava familiarizada com a dor e com o auto sacrifício. Quando algo bom se manifestava, Alex desconfiava, sentia-se confusa e não merecedora. Viveu sob violência doméstica, sofreu, sentiu medo e teve de ficar adulta precocemente.
Vítima de tramas abusivas, não recebeu amor e se via obrigada a oferecer tudo o que tinha de afeto e cuidados para o outro. Quando não fazia isso ou quando o outro não achava ser suficiente, sentia-se culpada, com medo de não receber o mínimo do que o outro tinha a oferecer, um imaginário de "lar quentinho", incapaz de perceber que esse lugar é e sempre foi ela mesma.
A série expõe, ainda, preconceitos e dramas relacionados às diferenças sociais e de classe - em especial na passagem de Alex com uma de suas patroas. As cenas trazem à tona a dificuldade de moradia e mostram como um lar disfuncional dificulta o desenvolvimento e os estudos. Por outro lado, também mostra a resiliência e bondade de uma rede de apoio, tão necessária para o ser humano.
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Silvia Malamud
Nosso passado linear é o modo como contamos a nossa história para nós mesmos. O ser humano até hoje não aprendeu a lidar com o seu desamparo existencial. Cria subterfúgios imaginários e coletivos, buscando uma segurança em relação ao existir, para driblar questões em que deveria ter um olhar especial. Iluminar o nosso agora sagrado buscando conhecimento e qualidade é a máxima do que temos a fazer.
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Silvia Malamud
No início de um novo relacionamento, observe o que sente e se existe algum tipo de ruído emocional. Nossos sistemas de sobrevivência sempre nos avisam, funcionando como verdadeiros anjos da guarda. Atente que, muitas vezes, a bondade excessiva também pode servir como ferramenta tóxica de encantamento, o famoso canto da sereia... Por alguns instantes, distancie-se e tente ver a situação como se fosse uma terceira pessoa, de fora. Essa prática pode ser de grande valia. Se mesmo assim ainda ficar difícil a definição do que fazer, não hesite e busque ajuda. A sua vida é o seu bem maior.
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Silvia Malamud