Uma emoção forte, se representar ameaça, conforto ou segurança ao sistema de sobrevivência, poderá ser ampliada ou bloqueada inconscientemente pelo cérebro. O caminho que esta informação percorre será armazenado, criando um padrão de memória que ativa determinados tipos de reações.
Na sequência de algumas repetições deste caminho, um simples gatilho de ativação em nossos sistemas desencadeará o mesmo comportamento e, dependendo das sucessivas ativações, ele se tornará cada vez mais rápido e mais automático.
Como exemplo, podemos observar alguém que repentinamente se transforma num pavio curto explodindo. Certamente um ou alguns desses gatilhos inconscientes de informação armazenados foram acionados. Isso serve para compulsões, medos, fobias, entre outros.
Para que uma mudança efetiva aconteça, na maioria das vezes, além de atitudes contundentes, também é necessário reprocessar conteúdos emocionais de difícil acesso, por meio das terapias de reprocessamento cerebral como EMDR e Brainspotting. Na minha prática terapêutica esse tipo de acesso faz toda a diferença para que as mudanças almejadas definitivamente aconteçam.
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Silvia Malamud
A arte da escuta agrega valores e nos ajuda a saber mais sobre quem somos e sobre quem é o outro.
Com o imediatismo da atualidade, somando-se ao clima competitivo e à enorme dificuldade de alcançarem status financeiro e visibilidade, jovens de hoje reconhecidamente se tornaram impacientes ao extremo. Sequer se dão tempo suficiente para que minimamente alcancem uma estrutura interior de conhecimento, bem como para criarem as suas próprias histórias com alguma base. A maioria não dá a devida importância às etapas de desenvolvimento, não honrando a herança de conhecimento de quem veio antes deles.
Quando abrem espaço para receber opiniões diferentes das suas sem se sentirem ofendidos ou reativos já é sinal de maturidade e de inteligência emocional, por não se sentirem atacados ou diminuídos, entendendo que as pessoas podem ter ideias e vivências diferentes das deles e que estas também podem ser válidas.
A grande dificuldade de receber qualquer tipo de percepção de quem já fez e construiu é o grande impedidor para que eles próprios se sintam em paz e seguros no que fazem. Não há tempo para uma reflexão, ficam ofendidos com qualquer olhar que os denunciem em seus movimentos rasos. Reativos e enfurecidos, vão para o ataque num movimento desrespeitoso a quem quer que seja. São jovens narcisistas que facilmente se ofendem e julgam como inimigos àqueles que lhes oferecem ideias e ideais diferentes dos seus.
Porém, aqueles que conseguem entrar em contato com a diversidade e fazer reflexões sem se sentirem criticados, julgados ou ressentidos, saem ganhando e certamente terão muito mais chance de conquistar o que desejarem.
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Silvia Malamud
A manipulação é uma das mais potentes armas de abuso emocional, de poder sobre o outro e de demonstração de tudo que não é amor. Em suas ações, abusadores perversos habilmente agem com abordagens coercitivas que visam a inserção de sentimentos de culpas, ameaças de retaliação, exclusão, separação, corte afetivo e exílio de tudo o que possa fazer parte do ambiente relacional da pessoa-alvo. O objetivo, portanto, não é apenas a conquista da submissão do outro, mas também o seu aniquilamento.
Por que agem assim?
Pelo adoecimento psicológico, muitos desses manipuladores funcionam como uma espécie de "saco sem fundos ambulante", como eternos desejantes, querendo absolutamente tudo para si mesmos. Como nunca se dão por satisfeitos, imaginam-se no direito de que a tudo podem possuir.
Suas atitudes, portanto, são claros exemplos de egoísmo. Em suas fúrias de voracidade, alucinadamente e em meio a mil e uma estratégias de condutas, seguem conquistando aquilo que vão almejando pelo caminho. O paradoxo é que, no final de cada posse, ainda permanecem insatisfeitos. Navegam em meio a um pseudo prazer que tem apenas a duração de um segundo.
Apesar de serem altamente sofisticados na arte de disfarçar, um bom percebedor facilmente poderá notar o quanto são invejosos e almejam aquilo que o outro tem e conquista.
Portanto, não se iluda, não há pacto possível de amizade ou de amor enquanto houver este padrão de adoecimento nos relacionamentos.
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Silvia Malamud
Entre as inúmeras respostas que surgem quando se é rejeitado, os sentimentos mais comuns são o de isolamento, desolação e tristeza profunda.
Para lidar com este turbilhão emocional, alguns mecanismos compensatórios de sobrevivência costumam ser acionados, muitas vezes levando as pessoas a pensarem e sentirem como se a parceria afetiva nem fosse tão boa assim e que o rompimento teria sido a melhor coisa que poderia teria acontecido.
Por outro lado, outros sentimentos não tão simples e nem tão fáceis de lidar podem surgir. Se a pessoa excluída já vem com tendências excessivas de ciúmes, posse e outras características de narcisismo perverso ou psicopatia, a situação pós-separação pode complicar.
O narcisista perverso, magoado por não mais ser “o cara”, de início fará de tudo para que a sua ex-vítima volte e inventará mil e uma armadilhas de sedução e de conquista, com promessas de melhoria pessoal e tentativas de acertos.
Se, após muita insistência, perceber que de fato não mais ocupa o lugar especial que sustentava no relacionamento, podem surgir momentos de ódio, com agressões verbais e físicas, mas logo na sequência ele vira sua bússola interna para outros horizontes, em busca de novas vítimas, apagando toda a conexão que um dia tiveram, afinal ele foi ferido no lugar onde mais dói, que é em seu narcisismo.
Se acaso o excluído da relação tiver tendências psicopáticas, a rejeição pode levar a movimentos perigosos e obsessivos. Muitas vezes as vítimas necessitam do auxílio da Justiça.
Dependendo do caso, tratamento psicológico e muitas vezes psiquiátrico são de grande ajuda, embora esse perfil dificilmente entenda que tem alguma questão a ser tratada e acredite que a ex-vítima sempre será a culpada de tudo.
Ter um olhar esclarecido pode ser o divisor de águas mais importante de sua jornada. Fica o alerta para homens e mulheres que possam passar ou estar passando por esse tipo de situação.
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Silvia Malamud
Em entrevista para o @redtabletalk, um programa de mesa redonda conduzido pelas mulheres da família Smith e com transmissão exclusiva pelo Facebook Watch, a atriz Sandra Bullock contou sobre sua experiência com a terapia de reprocessamento cerebral em EMDR. O conteúdo original está em inglês, mas compartilho abaixo uma tradução livre em português:
"Eu não sabia o que era o transtorno de estresse pós-traumático até começar a chorar toda vez que olhava para o lado esquerdo enquanto dirigia o carro e pensar que eu era uma mãe solteira e que meu filho iria absorver meus medos e traumas em um momento crucial de sua vida. Eu não queria descarregar essa bagagem emocional em cima dessa linda criança. Então eu descobri a terapia de EMDR e eu estava morrendo de medo de fazê-la, mas foi o que mais me ajudou. (...) A sessão começou com o terapeuta pedindo que eu me lembrasse de uma invasão domiciliar que me aconteceu, eu estava no closet quando ouvi alguém batendo na porta. Então o terapeuta pediu que eu observasse esse sentimento e começou a fazer a estimulação bilateral e, com os olhos fechados, eu sentia que minha mente ia e voltava, reorganizando e reprocessando memórias. Em cerca de 2 horas, apesar da jornada ter começado dentro da minha casa, eu passei por outras áreas da minha vida, como relacionamentos tóxicos, momentos de insegurança da infância e, ao sair daquilo, eu percebi que muitas vezes eu me cerquei de pessoas e situações negativas, que eu me sujeitei a essas experiências porque me traziam um sentimento de familiaridade."
Para quem quiser assistir: https://fb.watch/9LN2h-d0l6/
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Silvia Malamud
Não se contesta um narcisista, não há espaço. Eles sempre tem alguma desculpa ou explicação fácil. Sua falta de empatia impera a ponto de sempre se perpetuarem no mesmo padrão de funcionamento.
Narcisistas costumam ficar escandalizados quando são contestados ou contrariados e criam argumentos com a finalidade de se desresponsabilizarem de qualquer impropério por eles causado. Alguns realizam discursos explanativos em meio a chavões, lembrando aos demais de que são humanos, ou se vitimizam.
Em sua doença narcísica, porém, a falta de empatia continua imperando a ponto de se perpetuarem no mesmo tipo de padrão de funcionamento. Mesmo depois de episódios difíceis, não mudam as suas condutas. Não possuem a menor percepção de que todos à sua volta sofrem por conta de sua frieza e ações.
Em meio a esse cenário, você pode se perguntar o quanto é viável se sair bem e ileso de uma trama dessa ordem. A cura emocional, bem como o resgate de si mesmo, começa quando se toma consciência de que há algo muito errado. O segundo passo é buscar ajuda terapêutica. Despadronizar e se resgatar, descobrindo a sua verdadeira natureza, será o toque mágico que fará a sua existência acontecer em sua plenitude.
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Silvia Malamud
O Gaslighting é uma ardilosa forma de abuso psicológico onde informações são distorcidas ou seletivamente omitidas no intuito de favorecer o abusador e fazer a vítima duvidar de sua própria memória, percepção e sanidade.
A peça teatral “Gaslight” de 1938 e suas adaptações para o cinema, lançadas em 1940 e 1944, motivaram a origem do termo por causa da manipulação psicológica sistemática utilizada pelo personagem principal contra a vítima. A esposa percebe com precisão o escurecimento das luzes e discute o fenômeno, mas o marido insiste que ela está apenas imaginando uma mudança no nível de iluminação.
O termo “Gaslighting” é utilizado desde 1960 para descrever a manipulação do sentido de realidade de alguém.
Cada vez mais psicólogos estão entendendo a amplitude deste tipo de manipulação perversa e percebendo que muito do que os pacientes passam na atualidade não vem só dos seus mundos internos, como anteriormente era observado. Situações externas, sequenciais e adversas desta ordem existem e podem ser devastadoras na vida das pessoas. O Gaslighting pode impactar o emocional das vítimas de modo bastante perturbador, podendo haver sequelas que necessitem ser tratadas psicologicamente e não poucas vezes com psiquiatras. Algumas vezes ainda, os danos chegam a causar doenças físicas.
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Silvia Malamud
Em algum nível todos nós dependemos uns dos outros. Existe, porém, um limiar entre a dependência saudável e a dependência nociva.
Muitos relatos exemplificam que a dependência emocional toma posse da pessoa como uma doença viciante que só se revela ao se iniciar um relacionamento. O outro que supostamente deveria servir para preencher um espaço afetivo passa a funcionar como inimigo pois ativa os antigos fantasmas do medo do abandono.
Em geral, relacionamentos dessa ordem acabam trazendo toques de submissão. A vítima dependente fica em constante estado de aflição, ansiedade e angústia como se a outra pessoa da relação a qualquer momento fosse abandoná-la e deixá-la no pior dos mundos. Com isso, quase nunca consegue terminar um relacionamento, por mais nocivo que possa ser.
Alucinados pelo terror de perderem o vínculo, vivem sob a ameaça constante da solidão, fazendo com que se agarrem a mil estratégias de apreensão e suposto controle do outro.
Enquanto o refém deste tipo de clausura emocional não assumir que tem uma perturbação afetiva séria e dar a devida atenção para isso, situações que ao longo da vida precisaram ser deixadas de lado em nome da sobrevivência continuarão sendo ativadas nas relações afetivas.
É somente passando por uma viagem terapêutica interior que as angustias serão reprocessadas e a pessoa viciada no outro poderá reconhecer-se profundamente e se libertar.
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Silvia Malamud
Tenho plena convicção de que sempre podemos nos superar em infinitas novas possibilidades de ser. Todos nós temos uma capacidade inata de sair de situações extremamente difíceis e assustadoras e de trilharmos novos e inusitados destinos sem precedentes. Em algumas circunstâncias, precisamos de uma mão amiga para este feito, em geral, um auxílio terapêutico competente.
Sinto-me extremamente honrada de poder participar destes preciosos e sagrados processos com os meus pacientes. Sempre que eles chegam ao consultório, desejo que eles se surpreendam e que eu possa me suspender com eles. E o que acontece dentro da singularidade de cada um sempre é emocionante.
Sair do aprisionamento das bolhas de sofrimentos emocionais e ter a vida resgatada dispondo de toda a energia vital que temos para outros tipos de escolhas é divino. Ter noção do que é lesivo para a alma e rumar para o que é bom e prazeroso é um dos patamares mais impactantes e surpreendentes que podemos alcançar em nossas jornadas terrenas - um estado de leveza e simplicidade ao qual não estamos acostumados a existir.
Todos nós merecemos viver em padrões de excelência. Saber quais são eles, como funcionam e como podemos efetivamente nos beneficiar vivendo com e por eles é a meta a ser conquistada. Passar pela dor e reprocessá-la, com maestria, transforma a vida numa grande e positiva aventura. Quando você consegue se sair bem de situações complicadas, ganha em aprendizados e pode se reinventar totalmente pela via positiva.
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Silvia Malamud
Existem infinitas variáveis que promovem o afastamento dos casais a ponto de esfriar uma relação, entretanto, penso que o mais importante é lembrar-se de que absolutamente nada é eterno e que a melhor coisa que temos enquanto estivermos num relacionamento afetivo de amor, companheirismo e amizade é ficarmos atentos para que ele seja sempre dinâmico e cheio de vida. Como? Fazendo momentos de reflexão diários!
Só você, em sua relação, pode saber como ativá-la para lhe dar mais colorido. A meu ver, um dos principais erros que comprometem uma relação é quando, ao invés de resolver questões conflitivas, um acaba castigando o outro. Todos nós somos passíveis de cometer erros de conduta nos relacionamentos. Exigir comportamentos ou julgar como o outro deveria ter agido e, a partir daí, explodir, ficar de mal, magoado ou o que quer que seja quando as coisas não acontecem a contento, é uma forma de imposição tirânica.
Se o casal deseja ser feliz um com o outro, os dois devem puxar a carroça para o mesmo lado.
Para que se possa recuperar o romantismo da relação, mulheres e homens devem ficar bem atentos às suas próprias fantasias e às fantasias do outro. Para qualquer evento, se o olhar for o de romance e de sedução, absolutamente todos os cenários tendem a mudar. A questão é a mudança do olhar e da postura interna. Lembre-se: você é o único responsável pela qualidade da sua presença na relação. O tom é sempre você quem dá. Os nossos cérebros sempre obedecem nossos mandatos, sejam eles quais forem. Avive o romantismo que existe em você pela presença da sua vontade.
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Silvia Malamud