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Medo de morrer

É difícil demais entrar em contato com a brevidade da vida, saber que tudo aqui é passageiro e não ter nenhuma referência concreta da existência de um universo e além palpáveis.

Apenas aqueles que passam pela EQM, ou seja, experiência de quase morte, é que voltam totalmente transformados e redimensionados no quesito existencial. Aqueles que passam por experiências fora do corpo também proferem a não morte como concebemos. Mesmo assim, esse tipo de experiência é sempre muito individual e, por mais que se queira compartilhar, é mais do que normal que haja dúvidas e descrenças a respeito.

Desde os primórdios, há quem diga que tudo o que se vive não passa de um sonho. Há quem diga também que coexistimos em múltiplas realidades e que passado, presente e futuro estão na mesma linha temporal. Outros dizem que nas religiões é que estão contidas as grandes verdades e há quem denuncie que mesmo isso é loucura, ficção, mitologia.

Experiências concretas, porém, são diametralmente diferentes do acreditar em algo, muito diferente de fé ou de qualquer sentido racional que qualquer boa explicação tente direcionar.

Nossa grande questão, poré, perpetua: e a morte? O que será de todos nós? Por que será que tudo aqui é sentido de modo tão intenso como se a vida nunca fosse ter um fim? Que informação é essa que aparece e que a maioria de nós tem como verdade subliminar? E por que será que muitos sofrem de pânico ao entrarem em contato com questões sobre a finitude da vida e por consequência de si mesmo?

Este artigo é questionador, porém tem o intuito de revelar nossa situação existencial.

Vários autores escrevem e descrevem sobre o processo da morte e do morrer. Há bastante pesquisa com pacientes terminais e sobre como vão ficando seus estados de consciência até o momento da morte propriamente dita.

O penúltimo livro que li foi o do Dr. David Servan-Schreiber, chamado “Podemos dizer adeus mais de uma vez”, mas mesmo ele não foi suficiente para elucidar e acalmar o tema dos que ainda estão aqui. Recentemente o também excelente livro “Proof of Heaven”, escrito por Eben Alexander, neurologista dos EUA, revelou sobre a sua experiência de quase morte incluindo toda a sua aventura extracorpórea que durou uma semana enquanto que seu organismo lutava contra uma bactéria aparentemente fatal que estava danificando o seu cérebro e provocando uma espécie de meningite.

São todos relatos pessoais, interessantíssimos, mas na visão de muitos, especulativos. As religiões por sua vez, nos contam suas verdades por histórias que ocorreram há longo tempo atrás, num tempo em que nenhum de nós era vivo.

Todos nós estamos no mesmo barco, tentando existir da melhor maneira possível para poder, no final, sair daqui com o status de que “valeu a pena”.

Esse é o recado. O seu presente é onde você está agora. Toda a sua memória e todas as suas projeções para o futuro podem e devem estar presentes também, mas apenas isso. Jamais permita encontrar-se em situações onde o passado e o futuro lhe roubem de si mesmo e de estar presente, existindo aqui e agora. Veja: agora mesmo eu aqui escrevendo e você agora mesmo está lendo isso. Existe o tempo como nos foi ensinado? O sagrado é o meu presente e o seu aqui neste artigo, agora! E isso é tudo! Divertido, interessante e - o melhor - cheio de vida!

Atente que todo momento que você tiver medo da morte você efetivamente não estará vivendo. Quando for acometido por este sentimento, pensamento e percepção, apenas mude o foco, vá beber uma água, sinta a sua respiração, esteja conectado em si e divirta-se pelo simples fato de existir.

???? Quanto mais despertos, melhor!

Silvia Malamud

Pessoas explosivas

Todos nós poderíamos escrever livros e mais livros sobre histórias de mal entendidos, sobre “engolir sapos”, sobre pessoas que falam e agem por impulso e sem pensar deixam profundas marcas tanto nos outros como em si próprias.

O fato é que, invariavelmente, sempre que alguém fala de modo impositivo à outra pessoa, um pacote repleto de imagens, emoções e de certezas cegas é direcionado com a finalidade de atingir um caminho certeiro de ataque. O problema maior é que na hora da emissão e muitas vezes até depois da mesma, há total falta de consciência sobre o impacto causado. As palavras mal ditas são arremessadas sem a menor prudência ou cuidado para com o semelhante. A energia exalada nessas ocasiões é altamente letárgica. A fachada da impaciência, do ódio, da superioridade e do autoritarismo costuma ser o carro-chefe deste comportamento ditatorial.

Depois do suposto “estouro”, o mais frequente de acontecer é o arrependimento, a autopunição e a culpa, somando-se ainda aos sentimentos de inadequação. A partir de então a autoestima do acusador, esquentado demais, vai a menos infinito.

Vítimas e acusadores da mesma questão emocional costumam ser reflexos espelhados um do outro. O que acusa explodindo, no fundo tem sentimento e crença de impotência para resolver algo que o perturba. Aquele que é atacado, por sua vez, se sente impotente para se expressar, pois seja o que fosse falar mediante a tamanha explosão ou viraria fumaça ou acirraria mais ainda os ânimos do acusador.

O ideal seria que tanto o acusador quanto a vítima pudessem rever seus mais profundos conceitos sobre resolução de conflitos, revisitando situações em que não foram ouvidos (desamparo) ou onde talvez tivessem sido ouvidos acima de tudo e de todos (mimados). Só a partir de busca interior sincera e da ressignificação desses conteúdos internos mal resolvidos é que se consegue perceber que, na atualidade, as pessoas verdadeiramente podem ser diferentes das pessoas do convívio de lá de trás. Sempre sugiro um trabalho terapêutico de abordagem direta do consciente no próprio inconsciente para que reprocessar e reprogramar, inclusive neurologicamente, padrões defensivos de respostas danosas tanto para os outros como para si mesmo.

???? Quanto mais despertos, melhor!

Silvia Malamud

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