Na era da internet, os tempos mudam de dimensão: tudo o que não é imediato parece lento demais.
A vida voltada apenas para a aparência perfeita das selfies é a porta de entrada para um looping perigoso. Na era da internet, a regra geral é a espetacularização de tudo o que se mostra: tudo tem que ser belo e magnífico.
A busca frenética pelo sensacional, pelo status e pelo sucesso pessoal fazem parte de um transe coletivo, onde a cada instante se inventa uma nova necessidade de compra e outras infinitas demandas para que se esteja fazendo parte - uma falácia que coloca grande parte da humanidade como robôs destinados a sofrerem de faltas fictícias e a comprarem o que a ditadura digital comanda. A palavra paciência inexiste e cria-se o imaginário do êxito sem esforço.
Em meio a toda essa ordenação, sobra pouco ou quase nada de espaço para a construção da subjetividade. O que existe são pseudo vidas voltadas para fora, com ausência de estrutura interna que dê conta de sustentar conexões reais.
???? Quanto mais despertos, melhor!
Silvia Malamud